O ano de 2020 foi atípico e marcado por muitos acontecimentos que nem os mais assíduos especialistas conseguiriam prever.
Dentro do “novo normal” imposto desde março de 2020, um dos principais problemas dos profissionais de Recursos Humanos das empresas tem sido lidar com o esgotamento dos funcionários, e os gestores precisam estar preparados para entender as implicações da pandemia na saúde mental dos funcionários.
Novas rotinas de home office, crise econômica, demissões em massa, famílias compartilhando espaço para trabalho e estudo... Desafios e incertezas sobre o futuro e todos os impactos disso, vêm trazendo um emaranhado de informações na cabeça dos colaboradores, resultando em esgotamento.
Esse “esgotamento” dos profissionais também é conhecido por outro nome quando é diagnosticado como uma patologia: Síndrome de Burnout. Caracterizada pela exaustão física e psíquica, o transtorno está registrado no grupo 24 da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde (CID-11).
A psicóloga Sara Santon, diretora do Espaço Lar Saúde, alerta para a saúde das equipes nesse cenário, que não estavam nem psicologicamente e nem financeiramente preparadas para a pandemia.
“Essa condição impactará a saúde mental, e consequentemente o corpo do indivíduo. Um estresse crônico, em conjunto com a autocobrança excessiva destroem as forças do funcionário”, salienta a psicóloga. “Muitos adoeceram pelo desgaste da pandemia e outros que já estavam doentes tiveram os sintomas agravados.”
Segundo a psicóloga, a solidão, cobrança e a própria incerteza quanto ao futuro contribuem para a intensificação do estresse. “Tanto a liderança, quanto os colaboradores estão vivendo uma nova realidade em que enfrentam desafios que não eram esperados.”
A saúde mental já era uma preocupação dos RHs no Brasil e o cenário atual apenas acelerou essa premissa. “Nos últimos anos vimos um crescimento da preocupação com o psicológico das pessoas, e isso também é uma realidade no mundo corporativo. Sabemos que funcionários mais felizes não só produzem mais, mas lidam melhor com adversidades”, reforça Sara.
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