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Hoje quero trazer algumas dicas para a conversação entre adultos e crianças.


Primeiro, saiba que crianças não são frágeis, mas precisam ser tratadas com delicadeza e cuidado. Assim como com verdades.

 

Um resultado positivo de uma conversa é deixar aberto o canal de comunicação.

 

1. Pode "mentir" um pouquinho, ou melhor, pode "omitir" uma parte.

 

Até que sejam capazes de lidar com a verdade, crianças pequenas precisam ser tranquilizadas, protegidas. O mundo pode ser um lugar muito cruel, mas as crianças pequenas não sabem disso.

 

Por exemplo, se um ladrão entrou na sua casa, melhor não comunicar isso a ela. Mas se o cachorrinho morreu, então é melhor confortá-la dizendo que está num lugar melhor e fazer um ritual de despedida. Você pode contar apenas uma parte para dar o tempo necessário não só para que a criança amadureça cognitivamente, mas para que elabore a informação.

 

2. Pergunte de onde veio a dúvida para saber o que a criança está pensando!

 

Antes de dar uma noticia ruim ou conversar sobre um assunto delicado, é recomendável compreender de onde veio a dúvida, o que ela sabe sobre o que aconteceu e o que está sentindo. Elas podem ter medo ou estarem apenas curiosas. As vezes usam a logica distorcida e egocêntrica, achando que tudo tem haver com elas. Depois que souber o que elas estão pensando, você estará em melhores condições de oferecer uma resposta simples, verdadeira e em linguagem acessível, e principalmente oferecer segurança ao suprir necessidade de informação.

 

3. Nunca diga como a criança deve ou não se sentir.

Nunca diga para a criança que ela não deve ter medo, que não precisa chorar, que sua pergunta é boba. Seja atencioso e a deixe saber que seus sentimentos fazem sentido e que ela pode sentir o que está sentindo. Ensine-a que mesmo estando apreensiva, pode enfrentar a situação.

 

5. Se precisar aconselhar, seja verdadeiro.

 

Seja honesto em relação ao que você sabe e o que não sabe, pois isso o torna confiável.

 

Evite distorcer a verdade ou exagerar para convencer a criança.

 

Dê conselhos em forma de sugestões, de forma que a criança se sinta livre para aceitá-las ou não, e não se aborreça caso o seu conselho não for seguido.

 

6. Vá direto ao assunto, seja claro e breve!

 

Não fale demais, sendo repetitivo nas mesmas ideias explicando muito ou dando muitas alternativas. O excesso de pressão para que ela adote sua solução pode provocar resistência ou oposição. Ou simplesmente a criança pode se fechar e não te ouvir.

 

Não fale difícil e nem use comparações, pois ela pode não entender e não perguntar para não ter que ouvir outra explicação enfadonha.

 

Após dar seu conselho, pergunte o que ela acha da sua proposta e respeite a opinião dela, mesmo quando não for igual a sua. Pode conversar por partes também, dê uma sugestão e diga: "Enquanto você pensa nessa alternativa eu penso em outras, depois voltamos nesse assunto para ver se alguém teve uma ideia melhor."

 

Fonte: "Respondo o quê? - Problemas e dilemas" da psicóloga Cynthia Borges de Moura.

LINO, Michelle Villaça. A contemporaneidade e seu impacto nas relações familiares. Revista IGT na Rede, Rio de Janeiro, v. 6, n. 10, 2009, p. 2-13. Disponível em: http://www. igt.psc.br/ojs/ . Acesso em: 20 ago. 2015.

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